Se antes da digitalização da indústria musical fazer parte de uma gravadora significava fazer sucesso e vender muitos os discos, hoje as coisas não funcionam bem assim. No entanto, o selo independente apareceu como o “substituto” da gravadora tradicional. Cada vez mais as novas formas de desenvolver a carreira artística de um artista independente não ficam a mercê dos ordens e das elevadas margens de lucro das gravadoras.
Mesmo não sendo mais necessário assinar com uma gravadora ou um selo para crescer, ter uma estrutura profissional ao redor do seu projeto musical permite que você ganhe tempo e visibilidade. Além disso, estar em um selo traz credibilidade, aumenta o seu leque de contatos e garante uma equipe que estará trabalhando em prol de sua carreira.
Pensando nisso, a Groover trouxe este artigo com dicas preciosas para você saber exatamente para que serve um selo e como encontrar um para o seu projeto musical.
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Todos sabemos que fazer uma música nunca foi uma tarefa fácil. Entre todos músicos que compuseram músicas históricas, muitos se afogaram na indústria musical. Há muitas razões para isso ter acontecido, mas o principal motivo é provavelmente porque não trabalharam com um selo ou uma gravadora composta por uma equipe profissional.
Se a música tem se tornado cada vez mais um negócio, isso pressupõe a necessidade de um ninho de habilidades que reúne muitos outros tipos de know-how como o jurídico, econômico, marketing e assim por diante. Ciente desta realidade, você deve portanto fazer alianças com profissionais do mercado musical que lhe permitirão encontrar seu caminho e prosperar em seu projeto musical. Os selos profissionais são especializados em todos estes campos citados acima.
1. Como encontrar um selo que tem a ver com você?
2. O que um selo pode fazer por você?
3. Tipos de contrato
1. Como encontrar um selo que tem a ver com você?
Saiba que assinar com um selo não é tão difícil quanto se imagina. Primeiro porque a quantidade de selos independentes tem crescido no Brasil, assim como no mundo todo. Antes de tudo, é importante que você se familiarize com este universo e se conecte com as pessoas que dialogam com o seu universo musical. Esta etapa é essencial para encontrar o selo certo, para em seguida fazer um planejamento de trabalho a médio-longo prazo. Não há um procedimento padrão para este primeiro passo, mas o fundamental é expandir a sua base de contatos.
A Groover tem uma resposta para você! Faça a sua campanha de divulgação em nossa plataforma, envie a sua música e receba um feedback garantido! São mais de 300 selos disponíveis no mundo inteiro, sendo mais de 30 brasileiros, cada um com a sua identidade. Temos certeza que eles ficarão muito felizes em receber as suas músicas. Dica: sempre busque selos que dialoguem com o seu som!
Agora que você sabe para quem enviar a sua música, vamos dar uma olhada no que você precisa entregar. É óbvio que você precisa ter alguma coisa para mostrar. Por exemplo, enviar as suas redes sociais e para o seu perfil nas plataformas de streaming.
O princípio de envio de sua música é quase o mesmo que com os jornalistas, mas para os selos você deve demonstrar o seu interesse pelo selo/gravadora. Um elemento que facilitará o seu encontro com o selo ideal é construir uma boa base de fãs e acumular uma quantidade significativa de plays no Spotify.
Outra estratégia eficaz para chamar a atenção dos selos é interagir bastante com o seu público. Busque criar uma relação mais íntima em suas redes sociais. Dessa forma, você atrai mais olhares por parte dos selos que te interessam. Não deixe que nenhuma rejeição acabe com os seus ânimos. Se não for com o selo que você acredita ser o ideal, outro pode estar interessado em te acompanhar no seu caminho profissional. Lembre-se que assinar com um selo é principalmente uma questão de match profissional entre as duas partes. Além disso, é importante que o artista e o selo estejam alinhados em seus objetivos desde o primeiro encontro. Se você sentir que os seus interesses divergem, deixe a proposta em stand-by e priorize quem compartilha valores e metas similares.
2. O que um selo pode fazer por você?
Vamos supor que um selo queira assinar com você. O selo pode oferecer vários tipos de suporte dependendo de seus meios. Esses meios podem ser, por exemplo, financeiros: bancar ensaios, gravações, produtores ou qualquer outro elemento que envolve a produção da sua música são alguns exemplos. Além disso, qualquer material relacionado à sua imagem, desde a produção de um clipe até fotos promocionais.
Um selo também permite que você ganhe dinheiro. Aqui é aonde entra o caráter legal das suas músicas em relação ao selo: os direitos relacionados à obra e direitos autorais. Estes direitos são garantidos por pelo ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), que é composta por 7 associações. Busque estudar sobre os seus direitos enquanto artista para fazer um bom acordo e não passarem a perna em você. Dica: tenha em mente para as suas futuras negociações que, como artista, você tem que lembrar que você é a engrenagem essencial da roda.
Além disso, um selo poderá te ajudar na parte de divulgação de sua música. Seja contratando um assessor de imprensa, cuidando da burocracia, contatando os jornalistas para escrever sobre a sua música ou fazendo qualquer outro tipo ação relacionada à comunicação. Os bons profissionais já sabem as estratégias que não funcionarão para você e com certeza apresentarão ideias promissoras para conquistar um público fiel. Lembre-se: o selo também pode te ajudar a encontrar um agência de booking ou um booker ideal para cuidar da sua agenda de shows e sair em turnê com você.
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Até o merchandising e a distribuição física e online de sua música também podem ser de responsabilidade do selo. Tudo isso depende do tipo de contrato que você assina com o selo.
Nós sabemos que a situação dos selos no Brasil é muito diferente, por exemplo, dos selos da Europa, que recebem subsídios para estimular a cena local ou até mesmo nos Estados-Unidos, onde o mercado independente é muito mais pujante. No Brasil, os selos têm pouco orçamento, por isso muitos deles não oferecem tantos benefícios financeiros. Por outro lado, os selos podem trazer contatos, credibilidade e profissionalismo para a carreira do artista. Na sua posição de artista, é importante você saber qual é a troca real que existe entre as duas partes. Sempre faça a pergunta para si mesmo: “O que estou ganhando fazendo parte desse selo?”
Lembre-se: se você já conquistou um determinado público e tem bons números nas plataformas de streaming, valorize-se! Um selo e um artista podem ganhar muito se estiver trabalhando conjuntamente para aumentar a visibilidade do projeto musical.
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3. Tipos de contrato
Aqui estão os três principais tipos de contrato que você vai encontrar na busca por um selo:
- Contrato de exclusividade: este é provavelmente o contrato mais conhecido. Neles, o selo/gravadora pagará por tudo, desde os custos de produção, direção artística, edição e distribuição da sua música. Os serviços de marketing e divulgação da sua música também estão inclusos neste tipo de contrato. A sua remuneração poderá ser baseada em relação ao seu tempo de trabalho (ou seja, o tempo que você gasta criando) e em uma porcentagem da renda que você gerará a partir da sua música (streaming, venda de vinis, sincronização, etc.). Esta última fonte de renda são os direitos autorais (royalties em inglês) – dos quais a porcentagem varia dependendo da negociação entre o artista e o selo. Muitas vezes um artista recebe entre 5 e 20%. O artista também estipulará o tempo de vinculação ao selo (geralmente 2 ou 3 anos), assim como a quantidade de projetos musicais (álbuns, EPs, etc.) que serão produzidos. Atualmente, é raro um contrato firmar a produção de mais de dois projetos.
A grande vantagem em um contrato de exclusividade é que você não precisará pagar nada por sua música: todo o processo é responsabilidade do selo. A desvantagem é que você receberá uma pequena quantia de dinheiro em comparação com os lucros totais que serão obtidos e que você não será dono de seus fonogramas.
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- Contrato de licenciamento: este segundo tipo de acordo é sem dúvida o mais importante nos dias de hoje. Este contrato trata de tudo que está relacionado à venda da sua música. Neste caso você é o proprietário do fonograma. O selo cuidará da burocracia relacionada a edição e distribuição assim como a comunicação e a divulgação do seu projeto musical.
É importante enfatizar aqui que, uma vez ratificado este tipo contrato, você está concedendo à sua gravadora a possibilidade de fazer a promoção da sua música. Em suma, você está dando uma licença ao selo. O objetivo deste acordo é maximizar as vendas de sua música com uma boa distribuição em todos os meios de comunicação, graças aos contatos e à experiência de seu selo. Muitas vezes, pode acontecer de o artista não conseguir a visibilidade esperada. Neste caso, recomendamos que o artista veja se realmente está valendo a pena ficar no selo.
- Contrato de distribuição: este contrato vincula a editora e/ou selo à distribuidora. Este tipo de acordo permitirá que você tenha a ajuda de especialistas em entregar a sua música para o máximo de ouvintes, por exemplo, inserindo a sua música em um máximo playlists nas plataformas digitais. Neste caso, a distribuidora ficará com uma porcentagem da direitos autorais da sua música, ou seja, das vendas físicas e das reproduções nas plataformas digitais. Se você tem um contrato de exclusividade, este processo estará incluso no contrato – o mesmo vale para os contratos de licenciamento.
Caso você se produza e consegue administrar minimamente os aspectos artísticos e comerciais da sua música, este último contrato é ideal para você. O contrato de distribuição permitirá que você torne a sua música acessível e que você fique praticamente com todo o lucro gerado.
Sintetizando, em um universo onde a criação musical não está mais reservada a uma elite e onde se pode produzir a um custo muito baixo, o contrato de licenciamento parece ser o « ideal » para um artista. Entretanto, se você quiser começar e construir uma base sólida com um selo de qualidade e confiança, recomendamos o contrato de exclusividade.
Neste último tipo de contrato você ganhará menos, mas poderá se concentrar quase que exclusivamente na criação artística. O mais importante de tudo isso é ter uma relação transparente com o selo e ter o conhecimento claro dos valores e dos termos acordados entre as duas partes.
– Traduzido por Max Leblanc –
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