Nesta entrevista exclusiva, exploramos a abordagem singular da Lobello Records ao universo musical, mergulhando no processo criativo de R. W. Smith e na forma como a Groover contribuiu para conectar a trajetória do selo e do artista. De varandas ensolaradas ao charme do litoral italiano, esta é uma narrativa de música, memórias e parcerias significativas.
Enviei minha música para a Lobello Records pela Groover e fiquei emocionado não apenas por receber um feedback, mas por receber uma mensagem atenciosa e encorajadora sobre meu trabalho.
R W Smith
Olá, Lobello Records! Acabamos de ouvir ótimas notícias, você pode nos contar mais sobre isso?
Aconteceu aqui na Groover. Nós nos encontramos com um compositor incrível, o RW Smith, dos Estados Unidos, e estamos organizando uma miniturnê aqui no sudeste da Itália.
E conte-nos um pouco sobre vocês! Como vocês apoiam os artistas? Que tipos de projetos vocês gostam de apoiar? Como é o relacionamento de vocês com os artistas? Vocês trabalham em muitos projetos?
Somos uma gravadora formada por músicos. Somos muito mais uma rede do que uma gravadora tradicional. Nosso escritório fica no interior, perto do mar. Adoramos o mar e as boas vibrações. Desde 2009, apoiamos diversos projetos com estilos diferentes. Por sermos músicos que começaram nos anos 90, gostamos muito de artistas independentes e do espírito DIY.
Gostamos de trabalhar com pessoas com quem você sairia. Se você não gosta de tomar uma cerveja com seus artistas, existe algo errado. Somos seres humanos e artistas e precisamos manter isso em primeiro lugar para trabalhar no campo da música.
Trabalhamos em vários projetos de música, incluindo trilha sonora, turnês, produção, festas (muitas) e eventos vintage ou de fantasia. Somos 50% anormais e 50% nerds.
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Olá, R. W. Smith! Agora é a sua vez, você pode nos contar mais sobre você, sua música e como o seu projeto nasceu?
Eu cresci em Katy, Texas, cercado por todos os tipos de música. Embora não tocasse música quando era mais jovem, sempre estive profundamente ligado a ela, sentindo as emoções que ela despertava em mim. O timbre da minha voz vem das minhas raízes texanas, mas foi só quando me mudei para Nova York, aos 19 anos, que um mundo totalmente novo se abriu para mim. Foi quando minha necessidade de me expressar por meio da música realmente começou. Comecei a aprender violão, mergulhando nos antigos músicos folk e country que sempre amei, como Elizabeth Cotton, Etta Baker e Mississippi John Hurt. Mas o álbum que realmente mudou minha vida foi Nebraska, de Bruce Springsteen. Foi ele que solidificou meu amor pelo fingerpicking e, desde então, tenho levado esse estilo comigo. Para mim, um pouco de fingerpicking e muita verdade é o que torna a música real e significativa.
Minha música é o tipo de som que você ouve quando está sentado na varanda, vendo o sol se pôr – simples, reflexivo e real. Em um mundo onde muitas músicas parecem super produzidas, sou atraído pela abordagem “menos é mais”. É a crueza e a autenticidade que me tocam. Se você já assistiu a uma apresentação solo de Justin Townes Earle, saberá do que estou falando: aquela conexão despojada e sincera com o público. Essa é a vibração que busco com o The RW Smith. Espero que meu novo EP, Younger Then, ofereça aos ouvintes um gostinho dessa honestidade e simplicidade.
O EP Younger Then reflete onde estou em minha vida no momento. Viver em Mannheim, na Alemanha, definitivamente influenciou minha música, trazendo uma vibração mais nostálgica, moldada pela imersão em uma cultura diferente. Muitas vezes me pego refletindo sobre o passado, e é sobre isso que escrevo: momentos, sentimentos e lembranças que parecem distantes, mas que ainda estão perto do meu coração. O projeto é uma mistura de onde estive e onde estou agora, moldado por esse novo capítulo da vida.
Como é um dia na vida de R W Smith? O que inspira você e alimenta sua criatividade? Você tem alguma pequena rotina antes de mergulhar no trabalho?
Um dia na vida de The RW Smith começa com o despertar e a revisão do meu diário para definir as intenções para o dia. Começo com uma xícara de chá, depois pego meu diário e deixo meus pensamentos fluírem para a página, sem julgamento, apenas escrevendo o que vier à mente. Depois disso, vou para o violão e toco alguns acordes, melodias ou ideias de dedilhado. Somente depois de terminar minha sessão de violão é que volto e vejo o que escrevi anteriormente. Acho que essa rotina me ajuda a ficar livre e aberto. Às vezes, você consegue algo excelente; outras vezes, não. Mas o importante é que eu me permita criar sem pensar demais ou julgar, pelo menos é assim que me mantenho fiel ao meu processo.
Acho que a inspiração geralmente vem do simples fato de você viver a vida e permanecer aberto ao mundo ao meu redor. Algumas das maneiras pelas quais eu aproveito a criatividade incluem:
- Ouvir música: toco músicas que me inspiram ou que combinam com a vibração que estou buscando.
- Ler ou assistir a algo criativo: seja um livro, poesia ou até mesmo um filme, as palavras ou cenas certas podem despertar novas ideias.
- Passar tempo na natureza: uma simples caminhada ao ar livre pode reiniciar minha mente e alimentar novas perspectivas.
A criatividade tem tudo a ver com estar em sintonia com a vida e com os momentos que nos cercam.
O que fez com que vocês quisessem trabalhar juntos? Como vocês se conheceram? Quais são os planos de vocês para o próximo ano?
Enviei minha música para a Lobello Records pela Groover e fiquei muito feliz não apenas por receber uma resposta, mas também por receber uma mensagem atenciosa e encorajadora sobre meu trabalho. Eles sugeriram que fizéssemos uma ligação e, depois de falar com Tobias, senti imediatamente uma forte conexão. Compartilhamos gostos musicais semelhantes, e ficou claro que estamos na mesma página. Estou animado para ver aonde essa colaboração nos levará.
Quando a Lobello Records sugeriu que eu viesse à Itália para fazer alguns shows, não hesitei nem por um segundo – eu estava dentro. De 4 a 9 de dezembro, estarei indo para Lecce, na Itália, para uma miniturnê, e não poderia estar mais animado. Essa oportunidade significa muito para mim e é uma prova da confiança e da colaboração entre mim e a Lobello Records. Eles acreditam em mim tanto quanto eu acredito neles, e estou confiante de que essa parceria é o início de algo incrível para o nosso futuro musical. Um brinde a você que está criando memórias e música na Itália.
Olhando para 2025, meu foco é o crescimento e a conexão. Estou planejando lançar um novo EP e me apresentar ao vivo o máximo possível. Não existe nada como a energia de um público ao vivo, e estou ansioso para estar no palco, compartilhando minha música e crescendo como artista. Eu adoraria ter a oportunidade de abrir shows para outros músicos, expandindo meu alcance e aprendendo com a experiência. Também estou animado para continuar colaborando com a Lobello Records e ver aonde essa jornada me levará. O futuro parece cheio de possibilidades, e mal posso esperar para mergulhar nele.
Que conselho vocês dariam aos artistas que estão começando seus projetos musicais?
Lobello: Você deve gostar do que está fazendo. Mesmo que a composição seja um processo que leve você a passar por emoções e, às vezes, pela dor. Mesmo que haja uma lágrima e não um sorriso depois de tocar uma música, você deve estar satisfeito.
The R.W. Smith: Se existe algo que eu gosto de compartilhar com qualquer pessoa apaixonada por música, é o seguinte: comece. Pare de hesitar, pare de se preocupar com os “e se” e mergulhe na criação. A beleza da música é que ela reflete quem você é no momento: crua, real e em movimento. Todos os dias, faça algo, não importa quão pequeno seja, que aproxime você de seus sonhos. E lembre-se, a música é profundamente pessoal e subjetiva. O mais importante é amar o que você cria. Se você se emocionar, isso emocionará outras pessoas. Deixe de lado o medo do julgamento e permita que sua arte fale por si mesma.
R W Smith, qual é a lição mais importante que você aprendeu desde que começou os lançamentos?
Trabalhar em meu novo EP, Younger Then, foi uma jornada de descobertas. Aprendi que tomar decisões ousadas é a essência da criação de músicas que parecem autênticas. Nem todo mundo entenderá essas escolhas, e isso faz parte da beleza da arte: é pessoal. Embora tenha orgulho do que criei, percebi que a insatisfação não é algo ruim; é o combustível que nos impulsiona a crescer e evoluir como artistas. No final das contas, trata-se de fazer música na qual você acredita, manter-se firme nessas decisões e abraçar a busca incessante pelo melhor.
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E, finalmente, vocês recomendariam a Groover para seus amigos e por quê?
Lobello: A Groover é divertida. Você conhece artistas legais e talentosos. Você também encontra pessoas em busca de conselhos e acho que, mesmo para o curador, cada audição é algo que enriquece o seu dia.
The R W Smith: Sim, eu definitivamente recomendaria a Groover para meus amigos, especialmente para criadores de música. É uma plataforma fantástica para você apresentar sua música a profissionais do setor que realmente se preocupam com a descoberta de novos talentos. A capacidade de se conectar diretamente com curadores, gravadoras e plataformas de música oferece a você um feedback valioso e oportunidades em potencial que talvez não venham dos métodos tradicionais de envio. É uma ótima maneira de construir relacionamentos e ser notado no mundo da música.
– Traduzido por Max Leblanc –
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