Na semana passada (14), nós anunciamos no Instagram da Groover a nossa parceria com o Bananas Music Branding, uma empresa que trabalha com music branding e curadoria musical para diversas marcas, lojas e projetos musicais (acesse o site do Bananas Music Branding clicando aqui e confira os demais serviços oferecidos).
O Bananas Music Branding passou a integrar o nosso time de influenciadores brasileiros da Groover. Sendo assim, eles estão disponíveis para receberem as suas músicas, fornecerem um feedback em até 7 dias e decidirem se eles vão querer adicionar a sua música em alguma das incríveis playlists que eles criam.
Nosso grande diferencial é que a gente abastece mais de 1500 pontos de venda no mundo inteiro, principalmente no Brasil e na América Latina.
– Juli Baldi, diretora criativa no Bananas Music Branding
Para que vocês conheçam um pouco mais do trabalho desenvolvido pelo Bananas Music Branding, nós batemos um papo para que eles possam contar um pouco mais das atividades e funções que eles desempenham diretamente com as marcas. Por ser de grande interesse de artistas integrar projetos musicais de marcas e lojas, essa é uma oportunidade única para adentrar no universo do music branding e compreender os benefícios que vocês, artistas e bandas independentes, podem obter caso mandem as suas músicas para o perfil da agência pela nossa plataforma. Confira!
1. Bananas Music Branding, vocês se descrevem como uma agência de music branding especializada em curadoria musical para marcas. Para os nossos artistas leitores entenderem um pouco mais, como vocês descreveriam o trabalho de vocês na prática?
O nosso trabalho na prática é criar playlists tanto para lojas físicas, como para plataformas de streaming de música e canais de marcas dentro dessas plataformas, como no Spotify e Deezer. Então é esse o nosso carro-chefe: fazer playlists. Nós criamos uma identidade musical [para a marca] através da playlist. Ela é sempre o ponto final ou o de partida. Além disso, nós também fazemos consultoria para marcas que querem se tornar mais musicais, para as querem mudar de posicionamento, as que precisam de alguma ação com música… e também contratamos artistas para tocar em eventos de marcas e fazemos curadoria para os seus festivais. Enfim, tudo que as marcas precisam relacionado à música. Mas o nosso carro-chefe falando em poucas palavras são as playlists, que a partir daí podem nascer milhões de coisas.
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2. Vocês são responsáveis pela criação e curadoria de centenas de playlists importantes. Como vocês escolhem e acham essas músicas e artistas?
Nós temos uma metodologia, então o criar playlists não é simplesmente arrastar um artista para uma lista de reprodução. Primeiramente, nós conversamos com a marca, entendemos o seu projeto e o seu posicionamento e o sentimento que eles querem passar para a pessoa em contato com essa playlist. O objetivo é uma playlist mais calma? Ou uma mais agitada? Nós entendemos muito bem o que a marca quer e escolhemos os artistas que têm a ver com essa identidade e posicionamento. Logo, levamos bastante em consideração isso e também tomamos muito cuidado porque a gente nunca vai forçar a barra, nunca vamos colocar uma musica que não tenha nada a ver [com o objetivo da marca]. Todos os artistas que a gente seleciona para colocar na playlist dos nossos clientes combinam com a atmosfera que a marca quer passar.
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Além disso, a gente pesquisa bastante nas próprias plataformas de streaming, mas não só nelas, também pesquisamos e conversamos com outras pessoas, vamos muito em shows e festivais… gostamos de descobrir artistas organicamente, de conhecer o artista no palco. Hoje em dia nós somos 3 curadores, um em cada cidade do país, então isso também é legal porque todo mundo está acompanhando uma cena. A nossa pesquisa não se limita ao computador, nós gostamos de pesquisar muito. Nós pensamos muito em contexto. Nunca pensamos no artista por si sozinho, gostamos de estudar a cena musical que ele se encontra inserido. Para a gente, curadoria é igual ao contexto.
3. Ao trabalhar na identidade musical de alguma marca/grupo de lojas, o que o Bananas Music Branding espera do artista e de sua música?
Nós esperamos qualidade. Esperamos uma música boa e não muito barulhenta porque nós fazemos vários tipos de curadoria aqui dentro do Bananas Music Branding, mas falando em curadoria para playlist de loja, que vai tocar lá no ambiente físico, a gente nunca vai colocar uma música muito barulhenta, ruidosa. Então, a música precisa ser bem gravada, bem masterizada e boa. Como respondido anteriormente, ela tem que ter a ver com o universo da marca. Se é uma marca jovem, que quer passar uma vibe descolada e de agito, nós vamos colocar artistas dessa pegada. Por outro lado, se é uma marca mais “cool”, vamos colocar músicas mais sóbrias, então vai depender muito do posicionamento da marca. Então, em primeiro lugar, é importante ter qualidade, não ser muito barulhenta porque a loja já tem os seus barulhos normais e ter muito um “feat” com a marca.
4. Quais dicas vocês dariam aos artistas que possuem interesse em terem as suas músicas como parte do projeto musical de marcas e lojas?
A nossa dica é o artista ter a sua verdade. O artista não tem que pensar na marca, ele tem que pensar na verdade dele, no que ele quer passar pra as pessoas. Então a gente só espera que o artista tenha a sua essência e que faça o trabalho que ele acredita que seja bom. A parceria com marcas é uma consequência do talento do artista.
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5- O Bananas Music Branding entrou recentemente como influenciador na Groover. Que tipo de compartilhamento especial vocês estarão oferencendo aos artistas que mandarem músicas para vocês pela plataforma?
Nosso grande diferencial é que a gente abastece mais de 1500 pontos de venda no mundo inteiro, principalmente Brasil e América Latina. A gente atende toda a rede Melissa e Bibi calçados, então tem lojas espalhadas pelo mundo inteiro. Então é muito legal [para os artistas] ter a possibilidade de entrar nas plataformas de streaming [nas playlists das marcas]. Além disso, nós temos como pôr as músicas dos artistas na atualização mensal das lojas.
6. Com quais marcas, lojas e projetos musicais vocês mais gostaram de trabalhar? Qual é a parte favorita de vocês nesse processo?
Nós temos muita sorte porque sempre trabalhamos com marcas muito legais. Gostamos de trabalhar com todas, é um super privilégio poder pensar em música para as marcas. Antigamente, isso era uma coisa absurda, não se olhava para isso com profissionalismo. Hoje em dia as pessoas já entendem a importância disso, então ficamos bastante felizes de ter conquistado esse espaço. Nós temos bastante carinho pela Youcom, que é uma marca que está conosco há 8 anos, estamos junto desde o início. Nós conseguimos aplicar várias coisas com eles, desde o mais básico, que seria a playlist no ponto de venda e abrir um perfil no Spotify, até fazer um festival para 8 mil pessoas no centro de São Paulo em 2017, como fizemos.
Então é uma marca que nos possibilita testar muitas coisas. Nós também já abrimos um canal do Youtube com eles, além de muito conteúdo musical. É uma marca que nos dá amplitude para fazer coisas legais. Outra marca que é muito legal são as lojas Gang, que possuem atuação no sul do país, então fazemos muitas coisas legais com eles.
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Recentemente, nós colocamos no ar um projeto de podcasts junto com o Zudizilla, que é um rapper de Pelotas que hoje mora em São Paulo, e ele entrevista várias pessoas incríveis do cenário brasileiro. É um projeto que a gente tem muito orgulho. O RIOgaleão também é um cliente muito legal porque é um aeroporto, então não é muito comum. Fora que lá só toca música brasileira, porque também é a porta de entrada para o nosso país, então é um projeto que a gente gosta muito.
Melissa também é uma das playlists que a gente mais ama fazer, porque ela tem muito a ver com o Bananas Music Branding, como a gente acredita nos artistas independentes, nos artistas mais novos e como eles podem compôr uma atmosfera legal. Porém, tem muitas… mas eu acho que essas são os principais, fora os outros projetos que já fizemos com a Red Bull e Natura Musical. Estamos sempre metidos em outras coisas que também não têm a ver com marcas, mas que têm muito a ver com a indústria da música em si.
7. Qual dica vocês dariam para os artistas que estão começando as suas carreiras?
Eu acho que dou a mesma dica que eu dei lá em cima. Botar para fora a verdade. Eu acho que quanto mais o artista é verdadeiro e bota a sua essência para fora, mais ele consegue conquistar as pessoas. Eu acho que isso é uma das maiores dicas. Estudar também. Estudar muito para qualquer coisa da vida. Entender como funciona a indústria que você está inserido. Quanto mais os artistas entenderem como se distribui música, como se coloca música em playlists, como se vende shows e etc, mais ele vai conseguir se posicionar no mercado.
– Entrevista por Thiago Cyrino –