Gabriella Lima traz em sua voz as raízes da MPB e mistura ela com sonoridades modernas e ritmadas. A artista brasileira, que já mora em Paris desde 2014, usou a plataforma da Groover e obteve ótimos resultados. A nossa equipe teve o prazer de conversar com ela sobre seu projeto musical e sua trajetória.
A plataforma aproxima o artista dos profissionais que ele normalmente não teria um acesso fácil. Adorei e indico!
– Gabriella Lima –
Gabriella, você pode nos apresentar o seu projeto musical?
Olá pessoal da Groover, eu sou a Gabriella Lima, nasci e cresci em São Paulo e hoje sou radicada em Paris há 7 anos. Sou uma artista independente e lancei nesse mês de março o meu primeiro disco intitulado “Bálsamo”. O disco encerra o ciclo iniciado com o single “De nós dois” e outros singles lançados no ano de 2020 durante a pandemia. São mais 4 faixas inéditas que fazem um convite poético para entrar no meu universo íntimo: o da procura do amor absoluto, da reconstrução e da libertação de si.
Como nasceu a sua carreira?
Minha carreira se iniciou de maneira muito despretensiosa em 2012. Quando entendi que seria mais completa e feliz cantando em um barzinho do que em escritórios atrás de um computador como havia feito até então. Nesse ano, deixei todas as certezas e solidez que um cargo de alta responsabilidade em uma multinacional me trazia e segui meu coração ao optar por um caminho mais incerto, mas muito mais prazeroso e que correspondia mais a minha verdade: a música.
De lá para cá cantei em barzinhos, restaurantes, hotéis, criei um repertório e aprendi a tocar um instrumento que me permitiu explorar meu lado criativo compondo minhas próprias canções. Me mudei para a capital francesa em 2014, cantei como artista residente num tradicional cabaret, no histórico bairro do Quartier Latin. Essa experiência me abriu fronteiras e tive muitos aprendizados do meu ofício. Após 5 anos nesse cabaret, já com um certo número de canções feitas nas madrugadas entre um intervalo e outro dos palcos, eu decidi seguir carreira autoral e comecei a planejar, produzir e lançar meu primeiro trabalho autoral, tudo isso trouxe ao mundo “Bálsamo”.
Quais são as suas inspirações e o que você mais ama sobre ser uma artista?

Bálsamo – Gabriella Lima
Como você descreveria um dia com Gabriella Lima?
Depois dessa longa introdução, vamos ao meu dia: manhã introspectiva com meditação, escrevo algumas páginas sobre o que vier na cabeça sem nenhuma pretensão, tomo água morna com limão e leio. Isso é religioso, faço todas as manhãs. Depois vou seguindo no feeling: gosto de estudar canto com muita frequência, fico de olho no Instagram, nos artistas e seus lançamentos, além das novas maneiras de se comunicar com o público para me inspirar um pouco e ficar atualizada do que está rolando. Amo séries e filmes então sempre acabo o dia vendo um dos dois antes de dormir. Ouço música e podcast o dia inteiro. Estou sempre conectada e isso eu não gosto. Mas aceitei e tento viver em paz com isso.
Gabriella, quais são os seus planos para o ano que vem?
Continuar a compor, lançar novas músicas e fazer parcerias, algo que eu ainda não tive a oportunidade de fazer e estou louca para criar parcerias. Esse meu disco foi uma produção muito solitária e percebi o quanto é importante sermos vários num mesmo projeto. Se tudo der certo, iniciar uma turnê de shows quando for possível, pois são no palco os meus momentos mais felizes.
Qual conselho você daria para jovens artistas em desenvolvimento?
Tratar a sua música desde o início com muito respeito, dedicação e responsabilidade. Tentar se desvencilhar um pouco do lado artistíco uma vez que a música estiver pronta, vestir a camisa de chefe do seu produto e trabalhar com afinco e muito amor por ele. Disciplina e leveza sempre. Se aliar as pessoas certas é sempre mais interessante do que trabalhar sozinho. Mas saiba também trabalhar sozinho, porque no início nem sempre podemos ter a chance de ter pessoas que acreditam em nós. Se tiver apoio, ótimo! Se não tiver, saiba avançar sozinho sem desanimar e sem se fazer de vítima. A cada vez que eu me via como vítima eu entrava numa vibe não muito boa. Cada vez que eu tomava minha vida em mãos com propriedade as coisas aconteciam.
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Gabriella Lima
E, finalmente, o que você achou da Groover? O que você conquistou na plataforma na sua campanha?
A Groover foi uma grande surpresa para mim. Fiquei sabendo através de um podcast aqui da França (“Just in tuned“) e achei interessante a entrevista que o criador da plataforma deu a eles. O interesse partiu da minha necessidade como artista independente, sem assessoria de imprensa na França, de encontrar meios de apresentar o meu primeiro disco. Eu não conhecia ninguém aqui do meio. Eu pensei “vou tentar, no pior dos casos não aceitarão meu trabalho e eu terei um feedback de cada contato. E, feedbacks são sempre bons.” Mas, me surpreendi com o número de interesses e aceitações da minha música. Mas atenção, acho que o sucesso da minha campanha veio do grande tempo que eu passei em filtrar os contatos certos. A plataforma já havia feito um super filtro de acordo com o tipo de música e necessidades que eu apresentei.
Ainda assim, como eu tinha uma verba limitada, não poderia me dar o luxo de enviar à todas as opções. Eu dediquei um bom tempo entrando no perfil de cada contato para ver se a minha música estava de acordo com a filosofia deles para não “gastar” um envio em vão. Com base nessa seleção super criteriosa, acredito que fiz as apostas mais certeiras.
Tive ótimos resultados. Gostaria de ter tido mais feedbacks do mercado francês, mas tive mais resultados positivos no Brasil, acredito que seja pela língua e tipo de música, ou talvez eu não tenha feito uma boa seleção dos contatos da França. A plataforma aproxima o artista dos profissionais que ele normalmente não teria um acesso fácil. Adorei e indico!
– Entrevista por Thiago Cyrino –