A Seloki Records é mais que um selo, é um movimento importante dentro da cena independente. Mesmo sendo de São Paulo, eles já promoveram diversas residências artísticas, gravações e lançamentos com bandas do Brasil e do mundo inteiro. Eles já trabalhavam com shows e gravações antes mesmo de ser selo. A pandemia alavancou uma formalização e uma estruturação desse movimento para se tornar um selo.
A Groover acredita fortemente na importância da conexão entre os artistas e os curadores/profissionais da música. Por essa razão, fomos conversar com o Otto Dardenne, um dos fundadores da Seloki Records.
| Envie sua música para a Seloki Records usando a Groover clicando aqui!
Seloki Records, vocês poderiam nos contar sobre como vocês começaram o selo de vocês?
Inconscientemente já atuávamos como um selo desde 2018, quando trouxemos o Toy Mashin, banda argentina que ia passar 03 semanas em São Paulo mas que acabou passando 3 meses por tanta coisa que fizemos. Foi uma semente que foi germinando até a nossa mudança para o Estúdio Fiaca, onde sentimos a real necessidade de assumir essa função de selo, meses antes da pandemia, quando nos demos conta da grande movimentação de artistas que estávamos envolvidos; o que nos abriu os olhos pra formalizarmos essa ideia. Estávamos em contato com diversas bandas que adoramos e também amigos muito talentosos por perto, sempre se encontrando no nosso espaço ou em shows que produzimos, muita gente também perguntava se a gente era um selo. Acho que o mais natural foi assumir essa missão hahaha.
Quais as diferentes frentes de trabalho da Seloki Records?
Somos um selo com um time de músicos, produtores musicais, engenheiros de áudio, produtores de shows e agora estamos expandindo com uma fábrica de fita cassetes e produtora multimídia, gerando conteúdo sobre a nossa rotina vivenciando todas essas funções.
Vocês poderiam nos dizer qual a importância dos artistas buscarem um selo independente hoje em dia?
Não acho que seja uma obrigação, vai das necessidades e vontades de cada artista. Importante mesmo é fazer música e botar no mundo. Mas pra quem quiser um selo, tem que procurar uma troca sincera e um real sentimento de admiração pelas duas partes, sem forçar a barra, o que acaba sendo como uma amizade. É bom estar envolvido com pessoas que realizam trabalhos que gostamos, o que torna esse contato mais natural.
| Escute agora: artistas lançados pela Seloki Records no Bandcamp e no Spotify
Sabemos que a Seloki Records também organiza shows e intercâmbios de artistas de diferentes partes do Brasil e do mundo em sua base em São Paulo. Como a pandemia afetou o selo e qual a importância dessas trocas para o cenário musical independente?
Afetou tanto que lançamos o selo durante a pandemia rs. Mas é louco, somos uma galera que tem apego aos eventos mas nunca fizemos uma festinha da Seloki, obviamente por questões sanitárias. Mas aproveitamos a falta de shows pra focar em residências artísticas no Estúdio Fiaca, onde ficamos semanas enfurnados produzindo músicas nossas ou projetos de amigos & clientes. Algo que aconteceu muito entre todos os músicos, tenho certeza que quando voltarmos aos eventos será uma efervescência natural pois tivemos tempo pra criar nesse período obscuro.
| Conheça também: Tony Aiex, fundador do Tenho Mais Discos Que Amigos!
Quais foram as suas descobertas favoritas na Groover?
Cara, recebemos um cara do Japão que é hilário, o Garlic Butter Sauce, uma mistura de Massacration com David Byrne, realmente incrível. O Tired Cossack do Canadá, slacker total. E aqui do Brasil, o Fábio Cardelli nos mandou uma música muito boa, “Amigo Imaginário”. Rockinho delícia.
| Veja também: Izzy La Reina divulga seu primeiro single “Diabla” usando a Groover
Como está sendo a experiência de vocês com a nossa plataforma? E que tipo de serviços vocês oferecem aos artistas que são aprovados pela Seloki Records na Groover?
É curioso né, o ser humano é realmente maluco, recebemos muita coisa distinta, positivamente e negativamente hahahaha. Fico atento nas tendências e hoje em dia fica nítido que dá pra fazer qualquer tipo de música, o que mais procuro são misturas improváveis. Acaba que aumentamos nossa rede de contatos né, conhecemos artistas que podemos trabalhar juntos seja em gravações, shows, ainda compartilhamos nas nossas redes onde mais pessoas conhecem, ouvem, as pessoas do nosso meio estão atentas a novidades.
| Assista ao vídeo e entenda como usar a Groover
Em quais aspectos você acredita que a plataforma possa ajudar curadores/profissionais da música e artistas independentes?
Solidifica uma rede e toda articulação é bem vinda. Música independente é um bicho de sete cabeças, ninguém te ensina como é, como que tem que ser, você vai aprendendo trocando figurinha com os outros, as artimanhas com os mais experientes e novos comportamentos dos mais jovens. Se existe um lugar que propõe essa troca, ele é positivo.
– Entrevista por Max Leblanc –