Jéssica Mar é uma influenciadora digital, jornalista musical e assessora de imprensa que vem quebrando barreiras no cenário musical do metal brasileiro. Jornalista há 5 anos e com um trabalho profundo na música, ela vem se destacando como Musical Influencer, como ela mesmo se denomina.
A Groover foi de encontro com a profissional de comunicação para um bate-papo muito interessante!
1. Jéssica, você poderia nos contar um pouco mais sobre sua trajetória como jornalista e profissional de comunicação no campo do Rock e Metal no Brasil?
Bom, trabalho como jornalista há 5 anos, e sou assessora de imprensa há pouco mais de 1 ano. Comecei no site Os Garotos de Liverpool – e estou até hoje, onde posso falar de diversos assuntos, não apenas rock e metal. Mas antes disso, comecei minha página A Menina que Colecionava Discos, onde mostro minha coleção de discos, CD, livros de todos os estilos. Como recebo muito material de bandas de rock nacional, apresento todas como indicação para o público que acompanha minha página no Facebook e Instagram.
Minha intenção nunca foi me “especializar” no campo do rock e metal, mas como tive muitos convites para escrever sobre, cá estou. Com passagem em veículos de grande nome como Metal Hammer Portugal e Metal Hammer Espanha, e com matérias que saem na Metal Injection, Decibel Magazine, Roadie Crew e etc. Resumindo é isso – para não me estender muito, e hoje meu currículo conta com diversos artigos, entrevistas com grandes nomes nacionais e internacionais, cobertura de shows e mais de mil bandas independentes que tive o prazer de conhecer.
2. Atualmente, quais trabalhos você está desempenhando no cenário independente do metal?
Atualmente comando a Reverbera Music Media, realizando assessoria de imprensa para bandas nacionais e internacionais. Escrevo artigos, resenhas e entrevistas para para os sites Headbangers News (no qual sou editora executiva), Headbangers Brasil, revista Rarozine e colaboro em diversos veículos com pautas específicas.
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Para fortalecer o cenário independente, comecei a inserir a didática de Digital Influencer no cenário do rock e metal, algo que não era explorado nessa área. E há 1 ano uso minha página no Facebook e Instagram para divulgar bandas. Costumo chamar de Musical Influencer, e fico contente com todo o reconhecimento que recebo e nos parceiros e artistas que confiam e gostam do meu trabalho.
3. Jéssica, quais são as maiores dificuldades que você vê para os artistas independentes desses gêneros no mercado brasileiro hoje em dia?
A principal barreira no cenário do rock e metal é o preconceito. Infelizmente é um meio onde o público torce o nariz quando se fala em conhecer bandas novas, ouvir as tendências do metal moderno. Criticam bandas que conquistam gravadoras e crescem, com a típica frase “A banda era boa no começo, hoje, se venderam para a indústria”. E bem, quem não quer crescer e ser famoso? Tudo começa pelo fã, esse pensamento atrapalha a banda, desencoraja o artista a correr atrás de coisas maiores.
Os artistas de rock e metal também têm dificuldade em divulgar o trabalho. Principalmente os independentes, que além de ter seu trabalho fora da música, dentro da música precisam se desdobrar em milhares de funções para engajar e divulgar sua música.
Não falo apenas de artistas musicais, mas todos os artistas que investem no rock e metal. Precisamos quebrar essa barreira do preconceito. Cito como exemplo meu trabalho nas redes sociais que é criticado pelos headbangers das antigas que querem viver do passado e não aceitam a inclusão do rock e metal nas redes sociais. Com esse pensamento retrogrado, o artista perde a vontade de investir e seguir na área.
4. O que você espera de um artista ao mandar o projeto musical para você na Groover? O que chama a sua atenção?
Acho que independente do estilo, o artista precisa ter o básico para divulgar sua música: presskit atualizado com fotos, biografia, links das redes sociais e informações sobre o lançamento da faixa ou álbum. O que chamou minha atenção na Groover é que a porcentagem de artistas de rock e metal que usam a plataforma é muito baixa. Sempre me pergunto o que acontece, mas aí lembro de tudo que eu disse na pergunta acima.
E o que chama minha atenção são os artistas que entram na plataforma com determinação e apresentam seu trabalho de forma profissional, com todas as informações pertinentes para que eu possa realizar uma resenha e entrevista. Apresentação é fundamental, é seu cartão de visita, e quanto mais profissional e completa for, mais chances de eu me interessar em ouvir a música. Também é importante estar aberto a sugestões e/ou críticas construtivas, pois eu busco sempre deixo como observação as partes que o artista pode melhorar para chegar a perfeição.
5. Jéssica, como você enxerga o papel dos influenciadores da música e dos profissionais que integram o mercado no cenário independente de hoje?
Nosso papel é de suma importância, para dar suporte e ajudar no engajamento deste estilo. Profissionais sabem o que estão fazendo e como fazer, e nem sempre os artistas ou fãs percebem esse detalhe, (risos). Com tanta tecnologia, o modo de divulgação e de fazer jornalismo mudou, e muitos não sabem ou não querem entender como funciona.
Uma indicação em uma rede social com bom engajamento às vezes dá mais retorno ao artista do que investir para sair em um site ou revista. E para os influenciadores musicais, o desafio sempre é prender o público e fazer com que tenham interesse pelo artista que está sendo divulgado, então é legal citar pontos inovadores dos artistas e fugir da mesmice. Despertar o interesse dos seguidores pelo artista.
6. Quais foram as suas descobertas nacionais favoritas na Groover? Além disso, quais outros estilos de música você mais gosta de receber na plataforma?
Infelizmente recebo muito pouco sobre rock e metal, e eu adoraria receber mais. Mas gostei muito dos artistas pop que me mandaram música. Uma descoberta que tive essa semana foi o Midnight Guest, que me surpreendeu por ser brasileiro com influências de heavy metal e rock moderno e ter lançado um EP em forma de fita cassete. É disso que estou falando!
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Infelizmente foi um dos poucos artistas brasileiros que recebi, então vou indicar o Ommnus, um doom-sludge-death metal americano, Almøst Human, da Suíça, que apresenta um metal técnico mesclado com industrial / progressivo e Enraged Monkeys da Alemanha, com um estilo que mescla doom/thrash/death.
7. Jéssica, que tipo de compartilhamento você oferece aos artistas que forem aprovados por você na Groover? Como está sendo a sua experiência na nossa plataforma?
Sempre compartilho nos sites que escrevo, como uma notícia de lançamento de single ou videoclipe. Quando recebo um álbum completo, realizo a resenha. E claro, todos são divulgados nas redes sociais do site e na minha página A Menina que Colecionava Discos. Os meus preferidos ficam na minha playlist para que eu possa ouvir mais vezes e dividir com meus seguidores e amigos.
Minha experiência está sendo maravilhosa! Trabalhar com música é minha maior realização e a Groover pode me oferecer tudo em uma única plataforma: conhecer novos artistas, expressar minha opinião como jornalista e receber por isso. É o trabalho perfeito! Também me sinto realizada quando o artista que avaliei manda uma nova música e mensagens dizendo que curtiu meu feedback e que as críticas o ajudaram de alguma forma. Essa parceria com a Groover reforça que estou na profissão certa!
8. Jéssica, em quais aspectos você acredita que a plataforma possa ajudar os artistas brasileiros de Rock e Metal?
A Groover já facilita a ligação mídia/jornalistica com os artistas e traz oportunidades de divulgação de forma acessível e barata, algo que é muito interessante para bandas brasileiras do underground. Acredito que a plataforma está em constante crescimento no Brasil, e com isso as bandas do rock e metal irão conhecer, entender a importância e aderir. Falta mais vontade e conhecimento das bandas, para que possam usufruir de todos os recursos que a plataforma oferece!
– Entrevista por Thiago Cyrino –