NFT significa Non fungible token, “token não fungível” em português, que em pouco tempo chegou em todas as principais discussões sobre indústria musical. A notícia da entrada dos NFTs na música reverberou positivamente no início como sendo uma tecnologia que permite que os artistas sejam pagos a um valor justo.
Portanto, os projetos ao redor do NFT na música podem ser descritos como um certificado digital de autenticidade. Os NFTs estão geralmente presentes na música e na arte. É apenas uma questão de tempo para que as grandes marcas invistam no setor, como o rei do streaming, Spotify, por exemplo. Esse novo ganho financeiro é também uma boa maneira de artistas e compositores manterem uma relação próxima com o seu público e assim divulgar a sua música.
Mas então, por que já não se fala tanto sobre as NFTs como uma nova revolução musical? A Groover trouxe esse artigo para analisar a situação.
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1. O que é um NFT?
Esta é uma pergunta que tem sido feita por muitos no último ano. Um documento digital pode ser duplicado, um simples clique com o botão direito, copiar e colar…pronto. Nós sabemos que a raridade de um objeto determina grande parte de seu valor. É muito mais difícil dar um valor a algo reproduzível.
Os NFTs resolvem esse problema. Trata-se de um certificado de autenticidade, não passível de reprodução. Como funciona? Um NFT é inserido em uma blockchain. Este é outro conceito difícil de explicar, mas que já ouvimos falar diversas vezes.
Lembre-se: uma blockchain é uma tecnologia que permite autenticar dados, como uma criptomoeda ou um NFT. Quando um arquivo é associado a uma blockchain, este se torna irreproduzível. Essa é a diferença em relação a um arquivo digital clássico. É por isso que o arquivo obtém um valor.
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Os NFTs são muito conhecidos na indústria da arte gráfica. Muitos artistas são descobertos graças a esta nova maneira de distribuir arte, como o artista digital Fewocious, por exemplo. Na música, pudemos ver algumas iniciativas tomando forma através dos NFTs: Jacques, por exemplo, vendeu a sua faixa “Vous” segundo por segundo, para o seu público. Outro exemplo é Koba LaD, que oferece conteúdo exclusivo aos detentores de seus NFTs, assim como Agoria, um dos maiores artistas franceses de música eletrônica.
No Brasil, grandes artistas como Gilberto Gil, Pitty, Nando Reis e Milton Nascimento também já disponibilizaram tokens com músicas e conteúdos exclusivos.
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2. NFTs e música, um fenômeno efêmero?
Entre fevereiro e março de 2022 o mercado dos NFTs entrou em colapso, as transações caíram de 3,9 bilhões para 964 milhões de dólares. Há várias explicações para isso, incluindo a flutuação muito acentuada da moeda criptográfica bitcoin. Nessa brincadeira, muitas pessoas perderam dinheiro. Embora seja possível que o mercado retome o crescimento, os NFTs levantam dúvidas sobre seu impacto a longo prazo nas vendas de música.
Um exemplo que se destacou foi a venda de um tweet pelo fundador da plataforma Jack Dorsey, que foi vendido por 2,9 milhões de dólares. Seguro de seu investimento, o empresário Sina Estavi tentou vender sua propriedade um ano depois por 48 milhões de dólares. Felizmente, a melhor oferta atualmente em cima da mesa é de apenas de $1.213,62. Essa história mostra claramente como os NFTs ainda não podem ser consideradas o futuro certo do mercado musical.
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Na música, os artistas parecem ter sido um pouco mais cautelosos que o mercado financeiro sobre o assunto. Ainda não aconteceu nenhum investimento maciço no mercado musical que diz respeito dos negócios e negociações de NFTs. Porém, podemos constatar que recentemente apareceram diversas iniciativas diferentes.
Consumir música hoje é muito fácil, mas e comprar música? Apesar do grande número de ouvintes e assinantes em plataformas de streaming, os royalties pagos aos artistas permanecem muito baixos. Portanto, para os artistas e suas músicas, os NFTs são uma das possíveis soluções para rentabilizar o seus trabalhos de maneira mais justa. É claro que sempre será necessário trabalhar na sua visibilidade para aumentar a sua rentabilidade, mas quem sabe os NFTs são um caminho bom para artistas do chamado “midstream”?
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É interessante ver como grandes marcas estão interessadas nesse mercado. A Nike, por exemplo, comprou a empresa especializada em NFT de sneakers RTFKT. Outro exemplo é o grupo Universal Music, que lançou na Web3 (nova forma descentralizada de interação na web), criando um grupo chamado Kingship, composto por Mutant Ape ou Bored Ape, avatares digitais extremamente caros. Snoop Dogg, que acaba de comprar a Death Row, quer transformá-la em um selo NFT, o tipo de coisa que um colecionador como o Snoop não perde a oportunidade.
Um exemplo que chamou nossa atenção é o Spotify, que durante algumas semanas vendeu NFTs em sua plataforma. Foi o caso com músicas do Steve Aoki e do The Wombats à venda no Spotify por um tempo. Por enquanto, não sabemos se a empresa ainda está desenvolvendo o recurso ou abandonou a ideia por falta de demanda. Os NFTs ainda estão frescos demais para ganharem predominância no mercado.
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3. NFTs, um futuro até que otimista
Atualmente, os NFTs ainda não são tão populares. Com a incerteza do mercado, vai ser difícil o mercado crescer rapidamente. Entretanto, a tecnologia em si é muito interessante, e o próprio conceito de NFT não deve ser descartado no mercado musical, muito pelo contrário. O que impediria um NFT de ser a solução para a receita dos artistas independentes?
Lembre-se da internet. Logo no início, os investidores se apressaram, investindo quantias loucas de dinheiro no campo, até que a bolha estourou. Muitos perderam grandes quantias de dinheiro e depois o mercado voltou com tudo. O mercado das NFTs lembra muito esse momento da era digital. Talvez essas tecnologias abrirão muitas portas para os músicos, mas no momento elas ainda não são conhecidas pela maioria e seu uso ainda está em fase de testes.
Uma empresa de NFT é a Pianity, uma agência francesa que conecta um artista com seu público, da qual a Groover tem uma parceria. Nós separamos o artigo que conta um pouco mais sobre a nossa parceria!
4. Conclusão
Estamos no começo dos NFTs na música e muito provavelmente esse universo fará parte da realidade dos artistas independentes de um jeito ou de outro. Afinal, é a maneira mais direta de se conectar com seu público. É também uma nova fonte de renda, que pode alimentar as criações musicais dos artistas e incentivar novos projetos. Por isso, é importante estudar os NFTs e saber o momento certo de investir nesse modelo para rentabilizar o seu trabalho.
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