O disco de vinil, também conhecido como vinil ou LP (abreviação do inglês Long Play), é um objeto que não pode ser ignorado nos dias de hoje, seja você um audiófilo, um amante da música, um colecionador ou um apreciador da estética do formato.
Nada melhor do que o calor do som vintage emitido por um toca discos. Hoje em dia, o custo da prensagem de discos de vinil está na maioria das vezes fora do alcance dos artistas. Isso sem mencionar os custos de superprodução e os problemas de gestão de estoque.
Entretanto, a crescente demanda deste mercado está abrindo caminhos para o sonho de tantos artistas. A alta demanda nos últimos tempos está relacionada a fatores como: tendência, objeto de colecionador (algo que se perdeu com a desmaterialização da música) e qualidade de som.
Por isso, a Groover preparou um guia detalhado para você prensar o seu disco de acordo com as suas necessidades de uma maneira eficiente e acessível.
1. A volta do vinil é real
Embora o CD tenha tentado resistir à chegada do streaming digital ao longo dos últimos dez anos, o disco de vinil está cada vez mais popular. Não é só o streaming que está crescendo. Segundo a Associação Americana da Indústria de Gravação, as vendas de vinil aumentaram 29,2% durante a pandemia. A receita foi de US$479,5 milhões em 2019 e US$619,6 milhões em 2020. O entusiasmo do público pelo vinil não diminuiu nos últimos anos. O volume de vendas de vinil e o faturamento quintuplicaram em cinco anos e representam hoje quase um quinto das vendas físicas dos artistas.
Apesar da maioria das vendas serem de discos lançados há mais de 15 anos, em torno de 25% das vendas representam novos lançamentos. Isso quer dizer que o investimento na prensagem de vinil pode ser uma escolha sábia se você conhecer bem o seu público.
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2. Pré-requisitos para prensar o seu vinil
Antes de iniciar o processo de prensagem de seus vinis, certos pré-requisitos são fundamentais para ter um resultado de qualidade e um retorno de seu investimento:
- Masterização feita por um engenheiro de som para uma gravação de vinil: este seria o método ideal, já que o vinil demanda uma masterização específica. Porém, existem poucos especialistas e o custo pode ser elevado.
- Masterização clássica: caso esteja fora do seu orçamento e do seu objetivo, uma masterização clássica pode ser um bom começo para entender como o seu público reagirá com o lançamento no formato de vinil.
- Envie um arquivo RAR ou ZIP comprimido para cada vinil e anote claramente a ordem e o lado (A ou B).
- Assegure a gestão de distribuição e vendas através da criação de um número de catálogo e de um código de barras.
- Uma grande diferença será se o consumidor possui um bom toca discos. Por isso, ao vender os seus discos, lembre o consumidor da importância de fazer esse investimento.
- A arte do disco e da capa, assim como a arte do centro do disco, deve ser enviada e apresentada para o fabricante antes da prensagem.
- A capa é também um importante espaço de expressão, especialmente na representação visual do seu universo musical. A combinação da arte visual e da música torna o vinil uma peça única.
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3. Conhecer os diferentes formatos de discos de vinil
O formato não depende exclusivamente do seu desejo estético, mas também da duração em minutos de sua obra. O seu orçamento dependerá principalmente do formato escolhido. Aqui abaixo você confere os principais formatos de vinis oferecidos pelas fábricas de prensagem de vinil no Brasil.
4. As diferentes etapas da produção de vinil
É fundamental conhecer as diferentes etapas de produção de discos de vinil para entender em que se baseiam os custos de produção.
Corte: uma vez masterizado e o áudio registrado, ele será gravado em uma laca (placa de alumínio revestida com verniz) sobre a qual o sinal será transformado em vibração. Este processo é realizado nos dois lados do disco.
Galvanoplastia: depois de ter o áudio “gravado” na laca, ela será “galvanizada”. O processo de galvanização corresponde ao banho de níquel no qual a placa será conservada por várias horas. Por eletrólise, as partículas de níquel se fixarão à laca e formarão o que chamamos de matriz. A partir desta, será criado um molde que permitirá a prensagem.
Prensagem e embalagem: assim que a matriz estiver pronta, é hora de prensar os seus vinis. O molde é aquecido, prensado e depois esfriado por aproximadamente 12 horas. Após o excedente do material ser cortado, o vinil é imediatamente colocado em uma capa com um plástico anti-estático.
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5. Prense os seus discos de vinil em pequenos lotes para minimizar o risco de superprodução
Tradicionalmente, os discos de vinil são prensados em série, com uma estimativa mínima de 200 cópias. Entretanto, há muitas alternativas disponíveis para que seus discos de vinil sejam prensados em edições limitadas com a mesma qualidade da chamada prensa “industrial”.
A prensagem de vinil em pequena escala atende a uma demanda muito específica de artistas independentes. O interesse em ter o seu próprio vinil prensado em edição limitada é poder minimizar os custos e obter um retorno sobre o investimento, evitando o risco de superprodução. Esse jeito também te permitirá avaliar o resultado, a recepção do público, a qualidade da mixagem e da masterização. O preço de produção de um disco de vinil varia ligeiramente de um serviço para outro, mas depende em parte do tempo total de queima e das opções escolhidas (cor, peso, forma, material, etc.).
A Groover separou alguns serviços de prensagem no Brasil para você:
Polysom, Vinil Brasil, Lombra e Vinyl Lab.
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Para finalizar, é importante pontuarmos que prensar a sua música em vinil não deve ser necessariamente prioridade nos seus investimentos. É claro que, se o seu público é composto por grandes fãs de vinis e/ou você tem um orçamento que permite fazer esse investimento, a Groover dá todo o apoio. A dica final que podemos deixar é: analise o seu público, faça enquetes, pesquise as fábricas de vinis e faça um cálculo de qual será o retorno de seu investimento antes de qualquer coisa.
– Traduzido por Max Leblanc e revisado por Thiago Cyrino –