Flor E.T se apresenta no Festival Timbre após vencer concurso da Groover

par Max Leblanc
Flor E.T se apresenta no Festival Timbre após vencer concurso da Groover

Flor E.T é daquelas bandas que tem em sua essência arte e política. Navegam com a mente aberta e absorvem diferentes movimentos e influências musicais. Punks, hippies, rockeiros e extraterrenos ao mesmo tempo.

O quinteto do Rio Grande do Sul foi selecionado em um concurso da Groover para tocar no maior festival de Uberlândia-MG, o Timbre, que trouxe nomes como Seu Jorge, Marina e Djonga.

Está com dificuldade para divulgar sua música?👇

Confira abaixo as entrevista que fizemos com a banda após o show 👇

1. Quem é Flor E.T?

Somos uma banda que acredita na arte como agente de mudança. Uma família unida pelo som, pela vida, que há 8 anos vem batalhando pelos palcos, desbravando cidades, estados, sempre na busca de manter acesa a chama da “arte de musicar”. Amamos conectar com pessoas no mundo real, fazer música de forma livre e trazer toda miscelânea de referências que temos pra dentro do nosso trabalho, sem medo. 

Flor E.T é correria e suor. É sonhar com os pés no chão, entendendo que viver de arte no Brasil será sempre um desafio. Mas, seguimos cada vez mais fortes. Acabamos de nos mudar pra São Paulo, estamos todos morando juntos. Como dizem lá no sul: “viemos de mala e cuia”. E tem sido uma experiência incrível esse novo momento, rodando muito, conectando com uma galera e conseguindo, aos poucos, potencializar nosso trampo.

I Spotify da Flor ET I Instagram da Flor ET

Flor E.T se apresenta no Festival Timbre após vencer concurso da Groover

2. A estética visual-musical de vocês é bem forte, quais são suas influências?

Então, são muitas! Desde o início do projeto a gente nunca pensou em: “vamos ser uma banda disso ou daquilo.” A gente sempre foi uma banda que criou sem se prender a estilos, trazendo influências do cotidiano pra dentro das composições. Claro que tem pegadas dentro do trabalho que acabam ficando mais em evidência.

Acho que o grande “elo” dos 5 integrantes seria o rock, fato.

Mas as influências sonoras são bem diversas. Amamos música brasileira em suas mais variadas vertentes, assim como heavy metal, reggae, ska, soul, funk, e por aí vai. Diria que nosso trabalho vai de Björk a Chico Science. De Elza Soares a Tool. Recentemente conhecemos uma artista incrível, Nina Hagen, e nos identificamos bastante com sua musicalidade, tem bastante a ver com as nossas piras sonoras.

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A contracultura bate forte na nossa porta, trazendo elementos do Punk, Clubber, Hippie, Tropicalismo, tudo junto e misturado.

Uma galera acha que a gente tem algo meio Cigano ou Pirata, e pode ser também. Assim como no som, a gente traz essas influências de forma meio inconsciente das coisas que curtimos.

Claro que para o palco definimos paleta de cores, elementos que tragam harmonia, tenham coerência e tudo mais. É necessário esse cuidado. Mas no próprio dia a dia a gente já tem essa estética entre os integrantes. É meio como se fossemos a “gangue” Flor E.T. Acho que o “expressar” é um pacote completo, então som e imagem se complementam na hora de comunicar. 

I Assista ao clipe de “Vermelho” de Flor E.T

3. Flor ET como foi a experiência de tocar no Festival Timbre?

O Timbre é incrivel. É extraordinário e corajoso demais o que eles se propõem a fazer. E a gente ama festivais. Então tudo isso somado traz um momento muito singular pra nossa carreira. Além da experiência de uma estrutura irada, de ser um mega evento, poder conectar e trocar com outros artistas é bom demais.

Somos muito gratos a esta oportunidade.

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Flor ET no Festival Timbre

4. Flor ET vocês já acumulam 8 anos de carreira, quais são os maiores desafios de um artista independente?

Hoje, o artista independente tem que ser basicamente um empreendedor 360°. Acho péssimo pensar na música como produto, mas de certa forma é o que o mercado nos obriga a fazer, tudo é business.

Além de compor, criar, tocar e construir um bom show, a gente tem que fazer booking, gestão financeira, elaborar planos estratégicos, ser “blogueiro” nas redes, stylist, escrever projetos para editais, tour manager e, depois de tudo isso, ainda rezar para conseguir pagar as contas.

Vivemos uma era confusa, por exemplo, tem muitos artistas que só estão no digital. Se é bom ou ruim? Não sei, é complexo. Em relação às redes sociais, elas se tornaram uma ferramenta necessária, é obrigação estar ativo. As vezes é chato, mas é um portal de comunicação com o mundo em poucos cliques. Antes disso existir certamente era muito mais complexa a comunicação com o público.

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Em relação à distribuição, as plataformas de streaming, de certa forma, “democratizaram” o acesso a música global, mas ao mesmo tempo modificaram a forma de se consumir música. Vivemos a era dos singles, as pessoas em geral não tem paciência pra escutar discos, e os artistas se tornaram reféns de pitchings, playlists e algoritmos. 

Acredito realmente que esse “novo sistema” venha podando o “fazer artístico”. Em um mundo onde cada vez mais sabemos que todo ser tem a sua singularidade, o mercado musical vai na contramão e obrigada os artistas a seguirem padrões, a se colocarem em “caixinhas” na expectativa de que seu material seja entregue. E é em meio a toda essa tormenta de coisas que o artista independente vai fazendo malabarismo pra se adaptar aqui e ali, batalhando pra conseguir colocar um prato de comida na mesa, lutando por espaços e oportunidades no mundo real e virtual.

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5. O quê diferencia e o quê unifica cada membro da banda?

Essa é difícil. A Flor E.T é formada por 5 pessoas de idades diferentes, com uma janela de 10 anos entre o mais novo e o mais velho. Isso traz uma ampla visão de mundo e traz diferentes analises sobre certas “situações”.

Acho que as singularidades somadas amplificam os potenciais individuais de cada integrante, dando muito mais força ao coletivo.

Acho que isso é o que mais nos diferencia e ao mesmo tempo o que mais nos aproxima como família. Essa diversidade de pensamentos do que é “viver” na modernidade faz com que, obviamente, existam conflitos internos, mas abrem uma gama de possibilidades para que encontremos equilíbrio, trazendo muitas reflexões sobre as ações a serem tomadas, reverberando em aprendizado e união.

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6. Flor ET quais são seus planos futuros?

Fazem 4 meses que chegamos no sudeste. Tem muito coisa irada acontecendo, estamos trampando bastante, girando por diversos lugares.

A próxima etapa será o lançamento do nosso segundo disco, que já tá em fase de finalização, mas ainda faltam alguns detalhes pra gente dar o “ponta pé” inicial e colocar no mundo.

A partir disso, a gente pretende atingir outras regiões do Brasil. Já rodamos bastante, passamos 9 estados e diversas cidades, mas tem muito chão ainda pra gente desbravar.

– Tradução Max Leblanc

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